Levantei-me cedo para ir para o colégio. Fui buscar uma amiga que me acompanhava, mas o avô disse-me para voltar para casa porque não havia escola.Não entendi... tinha acabado de sair de casa e achei que se voltasse com aquele argumento, ninguém me levaria a sério e acabaria por sofrer represálias, ou, melhor dizendo : reprosálias - o que era muito pior! Lá fui... direita à quinta de Aranguêz da qual hoje apenas recordo a enorme árvore que me preencheu os sonhos na infância, por parecer uma tartaruga gigante (com cabeça e patas) suspensa numa estaca.Desci pela Tebaida e vi uma coluna militar que descia a avenida do hospital. Não se via ninguém na rua e fazia um silêncio estranho. Tive medo... apressei os passos direita ao colégio.
Quando lá cheguei só estávamos três meninas. A Irmã Teresa e a irmã Maria(o colégio é católico), tiravam apressadamente as fotografias do Américo Tomás e do Marcelo Caetano, muito assustadas, choravam (continuava a não perceber...se lhes dava vontade de chorar, deixassem-nas lá ficar!Já lá estavam há muito tempo e nunca lhes tinha feito diferença). Contudo entendi claramente que não era um dia qualquer.
Pouco tempo passado à minha chegada, apareceu o meu irmão César numa euforia sem explicação (que dia estranho...) e levou-me para casa com explicações que só me confundiam cada vez mais.
As horas foram passando, a minha mãe não tirava os olhos da televisão para ver o que se passava em Lisboa. Recordo: muita gente, muita alegria, muitas lágrimas, muitos assuntos que desconhecia. Toda a gente falava com uma atitude colectiva que não era comum (pelo menos ali na vizinhança).Mas tive a certeza por fim: era MESMO um dia especial.
Tinha nove anos... tive pena de nãos ser mais velha. Também queria sentir aquilo que os invadia.
Quando lá cheguei só estávamos três meninas. A Irmã Teresa e a irmã Maria(o colégio é católico), tiravam apressadamente as fotografias do Américo Tomás e do Marcelo Caetano, muito assustadas, choravam (continuava a não perceber...se lhes dava vontade de chorar, deixassem-nas lá ficar!Já lá estavam há muito tempo e nunca lhes tinha feito diferença). Contudo entendi claramente que não era um dia qualquer.
Pouco tempo passado à minha chegada, apareceu o meu irmão César numa euforia sem explicação (que dia estranho...) e levou-me para casa com explicações que só me confundiam cada vez mais.
As horas foram passando, a minha mãe não tirava os olhos da televisão para ver o que se passava em Lisboa. Recordo: muita gente, muita alegria, muitas lágrimas, muitos assuntos que desconhecia. Toda a gente falava com uma atitude colectiva que não era comum (pelo menos ali na vizinhança).Mas tive a certeza por fim: era MESMO um dia especial.
Tinha nove anos... tive pena de nãos ser mais velha. Também queria sentir aquilo que os invadia.
Vá lá.
ResponderEliminarEu com 14 anos apenas me lembro de que ía de camionete para a Terroa, fazer não sei o quê.
Benvinda mana.